quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Imagens inatingíveis

Carismática e marcante, ela sabe o que vai te agradar, mesmo sem nunca ter trocado duas palavras com você. O seu perfume, faz com que os outros notem sua presença, de um forma boa, nunca ela passou uma imagem negativa de si mesma, jamais.

Os melhores adjetivos que se imaginou pertencia aquela mulher, as vezes, era doce e nas poucas vezes que não era, ela tinha um jeito todo especial de disfarçar os erros cometidos na sua imagem perfeita e inatingível. Sorria por sorrir e quando necessário mostrava sua tristeza e decepção. Mas não pense que a tal mulher era falsa ou duas caras, nunca, jamais, por favor não tire conclusões precipitadas a seu respeito.

Numa sala, com sua linda presença estávamos acompanhados, estava ensolarado e os raios do sol penetravam pela janela e tocavam a pele da mulher que tentava parecer segura, mas para mim, ela não me convenceu cem por cento, talvez porque eu estava muito insegura e ansiosa.

Na nossa frente havia folhas sulfites e canetas bic sobre carteiras universitarias, confortáveis. A mulher estava em sua mesa, grande, e com vários porta-retratos, nós comprimento e começou a metralhar tantas perguntas que fez sua imagem predefinida por mim se desintegrar. Principalmente quando ela se dirigiu até mim e simplesmente perguntou-me meu nome, sim, você esta certo, eu tremi por completo. Em poucos minutos ela terminou de nós fazer sofrer de ansiedade e analisou todas as palavras escritas nas folhas.

Enquanto esperávamos o veredito final, muitos beberam café outros água e eu só fiquei sentada, sofrendo calada, pensando em como eu me deixei levar pelas aparências e pelas noticias nas revistas. Seus fieis ajudantes se retiraram da sala grande com a mesa mais ainda, e pediu para mim e mais duas pessoas entrarem. Me senti como no juízo final, talvez com menos exagero, mesmo assim o sentimento era intenso.

Lá estava ela, com seu belo vestido castanho de grife, com a luz do sol no topo que não entrava mais diretamente na sala, até que ela me perguntou o que eu seria capaz de fazer para trabalhar com ela. Um ar de segurança me invadiu e pude responder o que ela queria ouvir.

E aqui estou eu, no meu primeiro emprego, auxiliar da mulher carismática e marcante das revistas que eu lia.

Um comentário:

Pesquisar este blog