segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Foi há tanto tempo (um ano depois)

Há tanto tempo que não olho em seus olhos, que não conversamos uma conversa bem demorada, que não rimos juntos, que não o vejo ao meu lado. Será saudade? Se não for, o que é? Foi o tempo que nos afastou? Será a distância? Será minha ou sua culpa? Será que o destino nos separou para que o futuro seja melhor, ou só separou para me fazer sofrer?

Lembra de quando éramos amigos coloridos? Lembra das suas palhaçadas? E de nossas brigas por besteira? Quero esse tempo de volta. Lembra das chamadas de atenção das professoras? Do “sim ou não”? Do “ignorar” quando estava perto dos amigos? E das discussões por esse mesmo motivo? Mas já faz tanto tempo...

Foi a tanto tempo que fomos contadores de histórias, de piadas, de bobeiras que podiam voltar. Sinto falta das risadas, dos teus olhos, de você ao meu lado. Sempre dizem que um dia vamos rir do passado, mas eu sou diferente: quando olho para trás, eu choro.

Tenho novos amigos, melhores do que os do passado, mas quero de novo aquela amizade colorida que só tinha com você. Não sei o que aconteceu, mais quero voltar no tempo e refazer o que deu errado no meu plano perfeito.

É mesmo saudade, ou será apenas uma lembrança do que aconteceu de bom nos velhos tempos? Como é difícil tirar uma lembrança do passado...

Se é saudade, não sei, mas sei que se fosse dona do mundo e das pessoas, você era meu e eu era sua, amigo confidente.

Edição para Atrevida: Dezembro de 2009, número 184, página 12 - Atrelog por Marina Oliveira

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Faça sol ou chuva um lindo dia vai nascer

Num céu de cor laranja, vermelho e amarelo formando um degrade, eu tentava inultimente tocar o mar com meus olhos, parecia tão límpido e puro, nunca tinha reparado no mar. Foi quando eu senti o vento bagunçar meus cabelos, podendo sentir todo o meu corpo, com aquela leve brisa vinda do mar. Talvez nem tão límpida e pura igual ao mar, pois aquela brisa passageira carregou tudo o que tinha de ruim em mim, e eu sim, estava me sentindo límpida e pura, como o mar.

Caminhei pela praia, não tinha ideia onde queria ou podia chegar. As pequenas ondas encontravam meus pés e levavam pro mar o que eu não precisava mais, deixando apenas a areia e meus pés molhados. E quando a nova pequena onda me encontrava de novo, eu fingia não conhecer seu efeito sobre mim e me divertia com aquilo. Uma pequena onda após a outra.

Naquele momento eu não podia mais pensar em nada, e tudo o que eu sabia fazer era observar. O céu ia se descolorindo quando me vi em um lugar totalmente novo perto de uma casinha na beira da praia, me aproximei e a primeira coisa que pensei depois da minha experiência com o mar foi quem seria a pessoa que morava ali, podendo sentir todos os dias o que eu tinha sentindo em uma única caminhada ao por do sol. Logo pude perceber que era solitária, só havia um par de meias pela varanda e uma xícara de café sobre a mesa, uma rede estendida e uma cadeira de balanço de frente pro mar.

Bati na porta e ninguém me atendeu, esperei pacientemente. Paciência que nunca tive. Depois de poucos segundos deu para ouvir o som de chinelos sendo arrastados pelo chão de madeira e um bocejo longo. Quando a porta se abriu, um homem vestido com regata e bermuda deixava trasparecer seu rosto de quem tinha acabado de acordar. Ficou me olhando de cima a baixo, parecendo desconfiado e ao mesmo tempo indiferente. Lhe perguntei como poderia voltar para o hotel cujo nome não é importante, ele me disse que era longe e que as ruas a noite não são lugares muito seguro para se andar a pé.

Sem nem perguntar meu nome, me chamou para tomar um café e para telefonar para o hotel de um jeito atencioso e preocupado. Não podia aceitar rapidamente, por isso usei as desculpas educadas prontas para as mais diversas ocasião. Mas ele já foi dizendo que eu poderia passar ali a noite e pela manhã me deixaria no hotel.

Não me deixou nem opinar, trouxe-me o café e me perguntou coisas comuns, coisas que perguntamos quando não conhecemos as pessoas. O céu estava preparando uma tempestade, era uma noite escura, mas com o calor de um dia de verão, talvez por isso os vaga-lumes estavam dançando na varanda iluminada apenas pela luz da lua cheia e por uma pequena lâmpada, que mal alcançava nossos rostos.

Foi uma conversa seguidas de surpresas e risadas, ele era um homem divertido e misterioso, seus olhos me revelavam pouco da sua personalidade, quem sabe a luz não tenha influenciado. Talvez naquele momento eu estava sendo transparente demais, o mar tinha me deixado pura e isso eu não queria esconder, nem de um desconhecido.

A noite voou, como pássaros migrando em busca de calor. E a chuva que caia, era tão calma que só seus respingos nós podíamos sentir. Ele me cedeu sua cama, e foi dormir na rede. Mas algo na madrugada não me deixava dormir tranquila, levantei e fiquei sentada na cadeira de balanço com um cobertor que não me pertencia, olhando as luzes dos barcos de pesca tão distantes. Não estava frio, mas o vento vindo do mar e da chuva não era exatamente quente, um desses ventos me deu a oportunidade de ver o rosto do homem que me cedeu a cama. Era calmo, como a chuva e puro como o mar e talvez como eu.

Acabei pegando no sono ali mesmo. Quando acorde de manhã, vi porque ele tinha escolhido morar ali: a arei branca, o azul do mar se confundindo com o do céu, ninguém, ninguém no seu mundinho privado. E eu? pude descobrir o paraíso modesto de um homem sozinho.

Lá estava ele, na cozinha preparando algo que não pude distinguir pela pouca pratica na cozinha. Me recebeu com um sorriso que não conheci na primeira vez que o vi e com um bom dia tão aconchegante que por um momento quis ter isso pra sempre.

Sentamos na mesa e tomamos o café da manhã em silencio, e quem quebrou foi ele, arrastando a cadeira e falando que ia ligar para um amigo que poderia me levar até o hotel. Ensaiei palavras de negação, não para ser educada, mas para poder receber mais daquela energia, daquele bem estar todo. Mas o que ele pensaria de mim.

Continuei em silencio, mas o que eu queria fazer era implorar por mais daquilo tudo, porque o dia anterior foi o melhor de minha vida. Ele, apoiado na pia, me perguntou o que eu achava e quando deixei ele me olhar nos olhos, parecia que ele sabia o que eu queria, sem eu nem ter dito uma palavra, talvez minhas lágrimas falaram por mim. Nós nos abraçamos, dois desconhecidos. No meu estômago borboletas e vaga-lumes dançavam e meu coração era quente e se eu deixasse ele seria capaz de dançar também.

A partir dessa manhã descobri que não era o mar, nem a brisa, nem os vaga-lumes, nem a luz da lua que me deixava tranquila. Descobri, no melhor dia da minha vida, que tanto com sol ou chuva, os dias nascem lindos quando ele está por perto.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Os mundos de cada um

Mesmo fazendo parte da sua vida, as vezes me sinto como não existisse nela, como se você criasse uma outra parte de você só pra mim, sem ninguém. Sem ninguém. E de uma hora pra outra eu descubro que não existo na sua vida real e me sinta como uma imaginação, talvez perfeita mas inexistente.

E em outros momentos me sinta triste e excluída, afinal eu só sou uma outra parte de você. Talvez você queira me proteger, talvez você queira nos proteger, mas você não me deixou escolher. Quem sabe eu quero correr riscos, mesmo que isso me faça sofrer, mesmo que te faça sofrer. Eu seria você se pudesse, talvez só pra sentir o que você sente, e viver como você vive.

Sabe o que eu quero de verdade? Sentir o doce sabor do amor, e o mais importante, o seu amor. Como quando ele era novo, inocente e desconfiado, como ele é hoje, bonito, cauteloso. Espero que no futuro ele seja a perfeita medida entre os dois, espero que eu não me sinta mais sem você ou num outro mundo quando eu estou com você.

Tudo bem, eu confesso que o mundo que você criou pra nós é lindo e todo cheio de magia, mas eu preciso de alguma realidade, sem ser o nosso amor, que é mais real que todas as verdades desse e de outros mundos.

Quem sabe que não estou em um mundo criado por mim e, sem sucesso, desejo sair. E quero que você me tire daqui, talvez eu espere demais de você, um simples mortal e imortalizado por mim. No meu mundo nem todos enxergam demais como eu, nem todos sentem como eu, nem todos choram como eu.

Talvez eu só devesse aceitar que cada um tem seu mundo, e que ninguém deve tirar o mundo que é só seu, se quer ter mais de um mundo e guardar as pessoas lá, faça isso. Só não tire o direito que elas têm de fantasiar um outro mundo pra fugir.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Nossas férias queridas *parte II*

Agora são as férias de verão. Sorte ou não, estar de férias é sempre muito bom, o melhor dessas são as desculpas pra abrir a geladeira toda a hora pra tomar sorvete ou refrescar o corpo. Mesmo meu professor afirmando que ficar na frente da geladeira na tentativa de não sentir calor é coisa de quem não conhece física, como se física servisse pra alguma coisa além de medir a velocidade média de um automóvel em movimento uniformemente variado.

Um grande problema das férias de final de ano é a recuperação, só de ler essa palavras alguns tem o "piripaque" do Chaves, realmente é traumatizante ficar de recuperação ou pior ainda, ficar sabendo que reprovou, pronto as férias de muitos terminou por ai.

Mas o que eu mais odeio no verão, é o calor somado a uma cama fervendo que resulta numa noite mal dormida. Mas não pense que o calor é ruim, na praia ele é sempre muito bem vindo, afinal, praia e final de ano é básico pra todos que se denominam paulistanos.

Muitos ficam ansiosos pra natal e depois pro ano novo ou para pular sete ondinhas, quem não gosta de presente e sentir a sensação de tudo novo de novo. Usar branco, usar roupa intima amarela, cor de rosa, branca ou outra cor para conseguir o que quer e levantar o vestido pra não bater nas ondas na hora do grande salto são os clássico do ano novo. Mas a sensação de que tudo vai começar mais uma fez, tudo igualzinho, 12 meses, 52 semanas, e 365 dias e 6 horas, e a certeza que o aniversário vai chegar e um ano diferente na escola.

Mesmo com calor e tantas festas, as férias do final de ano são as melhores, pelo menos para mim. Mais lugares pra ir, menos preguiça, mais roupas alegres, e cores do verão, cabelos naturais e quatro banhos por dia, isso sim que é vida. Que venham minhas notas e que eu possa curtir tudo sem preocupação.

Chinelo e camiseta, borá pra praia?!


Nossas férias queridas *parte I* :
http://pensamentosquasenormais.blogspot.com/2010/07/nossas-ferias-queridas-parte-i.html

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Se o fim chegar

Quando eu te ouvia, antes, acreditava nelas, mas hoje só são vagas palavras moribundas, que eram ditas com o sentimento, antes, bem antes, e que saiam num tom de voz tão doce, percorriam tua garganta e com o auxilio dos teus dentes, da língua e dos lábios, eram propriamente ditas de uma forma que meus ouvidos adoravam ouvir, mas bem antes, agora não devo mais.

Talvez eu minta, talvez eu disfarce bem, mas raramente vou expor que sou fraca e indefesa, principalmente se você estiver presente. Posso até tirar o salto depois de caminhar por horas, só não espere eu fazer isso ao seu lado. Posso até chorar com o rosto mergulhado no travesseiro, porém não ouvira meus soluços jamais. Poderei também, sentir saudades, mas não terá testemunhas que comprovem isto.

As lembranças estão aqui comigo e não as queimei, mesmo que sinta raiva, remorso, magoa ou qualquer nome que eu denomine tentando parecer recuperada não as queimarei. Às vezes farei questão de lhe testar, andar se um lado ao outro fingindo não te ver, é um bom modo e como estarei acostumada com seus habitos e só pra ver a verdade nos seus olhos, não deixarei estes habitos.

E o telefone não toca mais aquela musica nem qualquer outra. Igual tantas coisas antes, perdi esta também, agora não há quem me cobrar, não sei dizer se é sorte ou azar. Sei que sinto falta, mas disso você não precisara saber.

Talvez só seja necessária a minha existência e minha paciência, porém você não as terá de volta apenas beijando minhas mãos e nem eu teria de volta beijando as suas. Aprendia muita coisa com você, essa foi uma delas, ou pelo menos eu queria aprender como você é, para não sofrer como sofro hoje. Mas disso você não precisara saber.

O chuveiro me conhece como sou hoje, meu edredom e meu travesseiro também, eles não me ouvem, mas sente minhas lágrimas e sabem o que elas representam. Só não espere que eu te mostre como sou hoje, porque você só precisara saber que estou mais viva do que nunca, no mesmo lugar de sempre e maravilhosa, mas a verdade verdadeira e absoluta você não precisa conhecer.

Apesar se muito verbos estarem no presente, isso só acontecera se o fim chegar e pra nós ele não chegara, você me prometeu.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tipicamente mulher

Hoje já chorei, gritei e perdia a cabeça. Já senti saudade e já não pensei em ver por perto. Deixei coisas importantes de lado e me importei com detalhes que em outros dias esqueceria. Falei tanto e senti raiva da minha própria voz, fiquei quieta e desejei ter alguém com quem conversar. Gritei com quem não devia e abaixei a orelha pra quem merecia ouvir verdades. Me senti linda, poderosa e sedutora, mas quando olhei-me por dentro senti nojo da minha aparência.

Não quis chegar em casa, quis sair sem destino e sem fazer paradas. Mas cheguei em casa e isso me trouxe angustias, perdi coisas que não gostaria de perder, achei coisas que preferiria deixar perdidas. Aconteceram acidentes e eu não me abalei, mas com o beija-flor eu me derreti na emoção. Desligar não seria nada mal nesse momento e não naquele.

Senti tantos sentimentos e tantas pressões que ao mesmo tempo me aliviaram me fizeram desejar nascer de outro jeito. Me elogiei em fazer coisas nunca feitas, e logo depois me senti inútil em não poder fazer coisas que sempre fiz. Admirei objetos insignificantes e desprezei pessoas com sentimentos iguais aos meus, não me senti orgulhosa disso, mas também não tive coragem de pedir desculpas sinceras.

Ultrapassei pedestres e pesquisei preços, dispensei vendedoras com desculpas esfarrapadas e comprei coisas desnecessárias. Me senti superior e comparei atitudes nada saúdaveis com outras menos saúdaveis. Li e reli sem entender nada ao mesmo tempo decifrei olhares e a falta de palavras com uma indiscutivel alma de julgadora.

Procurei explicações em varias fontes e aceitei a que vinha de dentro de mim. Te esperei, te desejei e esqueci de agradecer sua dedicação. Chorei e ri num intervalo de cinco minutos, isso me fez crer que eu não era original e a grande filosofia feminina me fez ver que sou única de um jeito comum e respeitável. Isso tudo porque hoje é um daqueles típicos dias de mulher.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

What's this?

Posso até ser estranha, mas raras são as vezes que sinto isto. Ou pelo menos, são quase nulas as vezes em que tenho coragem de demonstrar. Mais estranho que eu mesma, é o fato de que nunca a vi, pela ruas da cidade grande. Se vi, ela não me atrapalhou. E hoje, ela me atrapalha? A resposta é imediata, e é certamente: Não!

Não gosto de ouvir o nome na sua boca, boca que me beija e diz que me ama. Não duvido. Mas só quem já sentiu sabe como é, e não é bom, acredite. É como uma ardência que te invade do coração até a garganta, fica por lá, e pronto, o nó esta dado. A minha reação é chorar, outros gritam, outros perdem o cabelo, eu choro, mas tentando sempre impedir as lágrimas, odeio chorar por alguém. E alguém que não conheço, isso me mata aos poucos.

Desnecessário seria comparações ocorrem. Mas no fim, até eu me comparo, infeliz branco platinado e depois desbotado. E o que posso fazer pra me sentir melhor? Deixar a orelha vermelha de outras pessoas, desculpa, mas me deixa melhor. No fim, ninguém conhece ninguém na historia que não pedi pra acontecer.

Diferente de algumas reações de outros seres humanos, não consigo gritar com você, as vezes bem que eu queria. Fico calma como uma pena de pássaro sobre o vento, procurando o momento certo de pousar, esse momento é sempre quando você desliga e eu avisto meu travesseiro, tão perto do meu rosto, sempre bom amigo.

O que você acha de tudo isso? Eu não sei, e nem tenho certeza se faço questão de saber. Esse sentimento que me invade não é algo de que eu me orgulho e nem você deve se orgulhar por mim, muito menos por você. Por isso, não se orgulhe de algo que eu preferia nem sentir.

What's this? Yeah, this is jealousy.

p.s: Por favor, leitores, não me julgue, não sou uma louca possesiva, muito menos vou matar alguém.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Um verão, quatro sorvetes e o futuro

Ah, o verão, tão quente e inspirador. Foi em um verão que tive a lembrança que mais guardo com carinho. Era de manhã, e eu quando pequeno, costumava passar as férias no interior de São Paulo, com minha avó, que sempre fazia os melhores doces com morangos, os meus preferidos até hoje. E naquela manhã, minha avó apertou minhas bochechas e me levou a um parque no centro da pequena cidade, típica de interior.

O sol estava quente, e ela tomou a precaução de passar bloqueador solar meloso por todo o meu corpinho de garoto de oito anos. Os brinquedos de madeira do parquinho estavam quentes e eu preferi brincar debaixo da árvore com a terra menos quente. Minha avó estava sentada num dos bancos coloridos da praça central, mas dessa vez eu não tive que decorar a cor, porque ela sempre escolhia o da cor laranja. E eu já estava grandinho pra ter alguém no parque olhando por mim.

Quando a sombra da árvore já estava menor e o sol começava a queimar a grama, uma garota sentou-se ao meu lado e ficou brincando com sua boneca e simplesmente pegou as folhas que eu tinha juntado pro meu carrinho bater, e as usou como alimento pra sua "filhinha". Foi quando me revoltei e puxei seu seu rabo-de-cavalo e arranquei da sua mão a boneca violentamente, confesso que na hora não imaginei o que minha atitude poderia me causar, mas depois de três berros descobri bem o que significa colher o que plantou.

Foi uma correria, minha avó ouviu de longe o berro da escandalosa e a mãe da garota não gostou nada de ver sua filha chorando com os cabelos todos fora do lugar, mas quando o motivo para aquele desastre foi revelado, todos caíram matando em cima de mim. E eu tinha apenas oito anos de idade e estava de férias.

Nos meus outros verões eu passei longe da casa da minha avó e sem puxar cabelos de meninas com bonecas. Mas quando eu voltei, já tinha dez anos e me obrigaram a pedir desculpas a menina escandalosa e sua boneca preferida rascada. Minha avó me ajudou a se desculpar e me acompanhou até a casa da garota, mas fui eu que a chamei para tomar um sorvete no dia seguinte.

O dia seguinte chegou como um foguete, um azar pra mim, e uma sorte pra menina que ia tomar sorvete pago com minha mesada. Estava quente, com muitas nuvens no céu azul que era igual ao azul dos olhos da garotinha, eu nunca tinha reparado nisso. Estava um dia de verão lindo para tomar dez sorvetes de uma só vez, mas eu só paguei quatro, dois pra mim e dois pra escandalosa, todos eram de morango, o melhor sabor da cidadezinha. Sentamos debaixo da árvora do parque, a mesma árvore que eu puxei seu cabelo.

No fim, nós rimos muito juntos e até tocamos algumas campainhas e saímos correndo juntos, e em todos os outros verões foi a mesma coisa, sorvete de morango e o sol a brilhar no céu azul, como os olhos da menina, que depois de sete anos, já era quase uma mulher, e então eu finalmente me deixei levar por aqueles berros e aqueles lindos olhos azuis, que seguem comigo até nos invernos gelados.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Carta, tanto para a vida quanto para a morte

São Paulo, 6 de Outubro de 2010
Minha vida,
Hoje, numa manhã azulada, estou lhe escrevo, talvez a vossa senhoria não seja propriamente dito a responsável pela vida que levei, mas quero informar para alguém que não estive contente nesses últimos dez anos. Não culpo ninguém especificamente, culpo a humanidade inteira e quem sabe você sempre esteve por trás de tudo? Ah vida, muitos dizem que você é doce como açúcar e colorida como arco-íris, mas para mim, você sempre foi negra como noite de lua nova e ardido igual pimentas do reino.
Sei que lhe parecerei uma velho infeliz, porém, não se engane, sou mais do que infeliz e ninguém me ajudou a mudar isso. Meus filhos, todos fugiram, minha amada esposa está na cama com outro. E eu estou comunicando a ti, que você de nada me adiantou, talvez seria melhor eu nem ter existido, então, quem sabe eu poderia ser um amigo imaginário de uma criança ingénua. Que nem suspeita que envelhecera sem ninguém, como eu.
Minha governanta, numa noite fria me perguntou sobre a morte e como sempre faço, respondi curto e grosso: Apenas espero que me visite logo, não aguento mais essa vida. Ela não se espantou mais e desistiu de tentar mudar meu pensamento, como tantas vezes já tentou. Apenas me deixou sozinho na grande mesa, como todos fazem.
A propósito, vida, se encontrar a Dona morte por ai, diga a ela que estou ansiosa para encontra-la, e que a qualquer momento estarei pronto para recebe-la, não se preocupe com hora nem lugar. Acho difícil vocês se tombarem, porque a morte é a ausência de vida, e infelizmente a vida em mim habita.
Com grande satisfação eu lhe diria adeus,
para a morte vir até mim.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Imagens inatingíveis

Carismática e marcante, ela sabe o que vai te agradar, mesmo sem nunca ter trocado duas palavras com você. O seu perfume, faz com que os outros notem sua presença, de um forma boa, nunca ela passou uma imagem negativa de si mesma, jamais.

Os melhores adjetivos que se imaginou pertencia aquela mulher, as vezes, era doce e nas poucas vezes que não era, ela tinha um jeito todo especial de disfarçar os erros cometidos na sua imagem perfeita e inatingível. Sorria por sorrir e quando necessário mostrava sua tristeza e decepção. Mas não pense que a tal mulher era falsa ou duas caras, nunca, jamais, por favor não tire conclusões precipitadas a seu respeito.

Numa sala, com sua linda presença estávamos acompanhados, estava ensolarado e os raios do sol penetravam pela janela e tocavam a pele da mulher que tentava parecer segura, mas para mim, ela não me convenceu cem por cento, talvez porque eu estava muito insegura e ansiosa.

Na nossa frente havia folhas sulfites e canetas bic sobre carteiras universitarias, confortáveis. A mulher estava em sua mesa, grande, e com vários porta-retratos, nós comprimento e começou a metralhar tantas perguntas que fez sua imagem predefinida por mim se desintegrar. Principalmente quando ela se dirigiu até mim e simplesmente perguntou-me meu nome, sim, você esta certo, eu tremi por completo. Em poucos minutos ela terminou de nós fazer sofrer de ansiedade e analisou todas as palavras escritas nas folhas.

Enquanto esperávamos o veredito final, muitos beberam café outros água e eu só fiquei sentada, sofrendo calada, pensando em como eu me deixei levar pelas aparências e pelas noticias nas revistas. Seus fieis ajudantes se retiraram da sala grande com a mesa mais ainda, e pediu para mim e mais duas pessoas entrarem. Me senti como no juízo final, talvez com menos exagero, mesmo assim o sentimento era intenso.

Lá estava ela, com seu belo vestido castanho de grife, com a luz do sol no topo que não entrava mais diretamente na sala, até que ela me perguntou o que eu seria capaz de fazer para trabalhar com ela. Um ar de segurança me invadiu e pude responder o que ela queria ouvir.

E aqui estou eu, no meu primeiro emprego, auxiliar da mulher carismática e marcante das revistas que eu lia.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Os homens de bem

Acho que percebi que a vida não é feita de bem ou mal. E talvez, na minha percepção de mundo seja bem e mal, juntos, andando lado a lado, como numa estrada que tem a ida e a volta. Uma pequena observação: geralmente elas não encontram o mesmo ponto, afinal, uma vai e a outra volta, mas sempre há a opção de retorno.

Os seres humanos são complexo, quem sabe seja por isso que eles preferem julgar seu semelhando por UM ato ruim. Não importam se todo o seu caminho foi perfeito até aquele instante, se você cumpri regras, horários ou compromissos, ajudou senhoras cheia de sacolas ou se devolveu a bola pro garoto na rua, tudo isso desaparece aos olhos de quem quer ver a maldade. Uma possibilidade também pode ser: de o ser humano B, que julga por um ato, estar atormentado com algo ou com a visão e a mente embaçados.

Confesso eu já fiz isso, se me arrependo? Meus sentimentos já foram jogados na mesa demais por uma postagem só. Posso estar errada, mas acho que já me condenaram por um único erro. Quem nunca ficou magoando com uma palavra colocada no lugar errado? Ou então com uma ação num local inadequado?

Se me perguntassem o nome de um homem de bem, eu não saberia responder, porque todos nós somos feitos de coisas maravilhosas e terríveis, duvido que alguém conheça a si mesmo cem por cento ao ponto de dizer: nunca farei, e isso se cumprir. Sempre temos algumas certezas, ou melhor, quase certezas. E no decorrer do tempo, espaço e velocidade, essas certezas podem mudar, passando a ser quase certezas momentâneas. Pois naquele momento, era certeza e/ou verdade.

Se me perguntassem o nome de um homem mal, eu não saberia responder, porque todos nós somos feitos de coisas terríveis e maravilhosas. Quem nunca descontou um mau-humor ou um stress da vida moderna em outro semelhante e foi incapaz de perceber e se desculpar. Quando ando pelas ruas da cidade, analisando os rostos, encontro vários com esse perfil. Uns esbarram em mim, outros nem percebem minha presença, mas eu estou lá.

No fim, somos meros descendentes de Adão e Eva, simples pecadores por ganancia, feitos do bem e corrompidos pelo mal. Como hoje: feitos de palavras e ações boas e ruins

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A felicidade para uns

Eu vivo sim procurando a felicidade, e não pretendo encontra-la tão cedo, afinal, o que será de mim se um dia acordar e me sentir totalmente realizada? Existem sim, dias em que eu sei que são poucas as pessoas que podem se sentir como eu, como também há dias em que eu acredito de pés juntos que eu sou o ser humano mais azarado do mundo. Talvez a última opção tenha a ver com essa fase da vida, ou não.

O que me faria acordar e dizer, não da boca para fora, que sou feliz totalmente? Não sei a resposta, mas eu sei que quando eu estou com quem eu amo experimento um pedaço das nuvens, e quero, no fim da vida, permanecer com esse gosto doce na boca. Às vezes, um sorriso me faz feliz, mas sempre devo querer mais que isso, o que seria esse "mais" eu ainda não descobri.

O que te faria feliz? Alguém pode responder que um lugarzinho no meio do nada, com sabor de chocolate e cheiro de terra molhada, outros que ser correspondido pelo amor, e ainda outros que já é feliz plenamente! Só leve em consideração que o mundo gira e a noite se torna dia.

No fim, o que todos querem é ser feliz. Mas a felicidade é uma constante variável que pode te fazer não ser mais feliz, da noite pro dia, como no domingo: pois você sabe que quando acordar, será segunda e acordar cedo será uma obrigação. Ou qualquer outro motivo, que provam que depois do fantástico a maioria das pessoas se sentem "frustradas", se essa palavra se encaixar no contexto.

Meu pai, uma vez me disse que o ser e estar não são tão semelhantes assim. Porquê? Para e pensa: eu estou feliz em escrever pra quem quer que seja, amanhã ou depois eu posso não estar mais feliz em escrever pra ninguém. Eu estou uma adolescente, porque depois de dez anos eu não vou mais ser. Claro que isso não é correto gramaticalmente, porém faz sentido pra mim.

Ser ou não ser, estar ou não, feliz depende de sua perspectiva de mundo. Então se ligue, busque felicidade!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A idade do tempo

Os aniversários que aquela senhora teria completado pouco me importava naquele momento. O que eu queria saber ia além da sua idade ou de sua dura velhice. No instante em que a vi, era só uma mulher que passou pela ação do tempo e envelhecerá naturalmente, mas quando a olhei mais atentamente, encontrei um pouco de mim naquela velhinha.

O que eu encontrei? Essa pergunta não me saiu da cabeça esse tempo todo. Posso ter me identificado com seu olhar, talvez porque ela me observava como eu a observava, cautelosamente, querendo ver o que se passava dentro dos seus olhos e procurando descobrir, no menor tempo possível, a historia de mais um ser humano.

Ela era doce, nesse ponto eu não encontrei semelhança comigo. Tinha um ar de bondosa, como essas que a gente encontra nas novelas e filmes. Devia ter netos, tinha doces e um carrinho em sua sacola, consecutivamente, teria filhos, casados ou não. Sua juventude foi bem aproveitada, porque em seu olhar, não existia nenhum sinal de saudade ou arrependimento. O que eu mais queria saber, era suas historias de quando era moça. Mas nem tive coragem de atravessar a rua para lhe oferecer um sorriso, quem dirá ousar perguntar sobre suas lembranças mais íntimas.

Tenho curiosidade de saber como é viver uma vida inteira e só esperar o fim chegar, com o sentimento de dever comprido. Será que vou descobrir meu dever no mundo até lá? e o mais importante, cumpri-lo? O tempo foi generoso com a senhora da rua, ele será comigo também? Você já se imaginou ficando velho, vendo sua juventude passar, e só poder lembrar do que passou?

Um dia poderei contar aos meus netos que no meu tempo as coisas eram diferentes e mostrar a eles o que escrevi. Acho que daqui pra lá, as coisas vão mudar muito ainda, mas espero que eles possam ter o direito de envelhecer, como eu também espero ter. Seria tediante não ficar velho nunca e ver todos os que você ama partirem e você continuar ali: jovem eternamente.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

E depois do fim?

Numa noite sem sono, fria. Li, num blog sobre o fim que as pessoas acham que vão ter. Quem nunca disse que quer morrer de morte morrida, sem sofrer, nem dar trabalho pra ninguém? Sim, eu já disse isso, e você? Vi o quanto minha avó sofreu, apesar de ser pequena, mas não queria estar na situação dela, não desejo isso nem para um inimigo. Pode ser cliché, mas é a realidade.

Olhando o mar, dormindo ou deitado na grama imaginando desenhos nas nuvens? Você já pensou em como quer morrer? Vamos reformular a pergunta: Você já pensou seriamente, um dia você irá partir desse mundo, os dias não vão ser mais importantes para você. Tudo bem, peguei pesado agora.

Teve muitos dias que eu achei que poderia morrer ali, que a vida teria sentido. Não que eu queira morrer, longe disso. Mas foi uma situação tão feliz que eu não me importava com o amanhã.

Quer saber? Eu agredeço todos os meus dias, sendo ruim ou bom, porque eu estou viva. Um dia ruim, pode levar a um outro maravilho depois de um tempo, e o inverso também pode acontecer. Tenho uma curiosidade bizzara: As pessoas vão lembrar de mim? Mesmo quando não estiver nesse mundo? Com certeza eu não saberei, ou saberei se existir vida após a morte, coisa que não acredito muito.

Acho que todo ser humano gostaria de deixar sua marca no mundo, de uma forma ou de outra. Afinal, não fomos criados para sermos inúteis e descartáveis. E ninguém gostaria de se sentir assim, acredito eu. E você, leitor, vai me lembrar como? Eu espero escrever até o ultimo dia que conseguir, ao menos uma frase, pra ficar registrado nas memórias dos próximos.

Antes, tinha medo de pensar na morte, nem gostava de falar em morte. Depois de ler a menina que roubava livros, acho que ela acabou se tornando mais próxima de mim, talvez porque no livro, ela é tão delicada, carinhosa e sentimental. Refez a imagem que tinha da morte.

E quando tudo/você acabar, no que você estara pensando? Pense nisso, ou não!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O que se passa em sua mente?

Onde você deve estar agora?! Vendo o jogo do seu palmeiras, com um copo de cerveja ao lado, ou o segundo copo, sei que não vai passar dos limites.

E eu? estou aqui, me dedicando ao nosso amor, escrevendo pra você, porque é você quem faz as palavras saírem fácil e o raciocínio ser ágil.

Lá fora esta frio, como eu sei? Fui conversar com minha mãe e inventei de mostrar a ela se sei andar de salto alto, me senti como se tivesse oito anos de idade e pegava os sapatos dela escondido pra brincar de mulherzinha. Porém o foco é o frio. Será que você esta com frio? se estiver, saiba que você pode encontrar calor nos meus braços, não negarei jamais.

Se eu lhe contar, você vai achar que é mentira ou que eu sou uma boba apaixonada, mas até quando eu me olho no espelho penso em você ou no seu rosto perto de meu e talvez no que você pensaria se o visse de perto.

Sinceramente, não sei se tenho curiosidade ou medo dos seus pensamentos. Não em relação a coisas do dia-a-dia ou das pessoas que te cercam, mas no sentido de "você pra mim", ta ai o seu mistério: seus pensamentos.

Se eu te contar, vai brigar comigo, mas eu preciso confessar. Pensando no que você pensa, eu imaginei se você estaria comigo porque gosta de mim de verdade. Mas quando me veio na cabeça seus olhinhos me olhando e o som das suas doces palavras dizendo que me ama, descartei essa hipótese.

Um coisa que não consigo entender é porque as lágrimas correm, sem motivo. Quem sabe de saudades, não sei. Talvez vontade de te olhar, saber se esta bem, de desvendar seus pensamentos, procurando descobrir tudo o que passa na sua mente, me adentrando cada vez mais nos seus olhos.

Me desculpe? Você ira se perguntar porque, tudo bem, eu respondo: por eu não saber o que sinto nesse momento, queria muito detalhar meus sentimentos pra você, porque eu penso e espero que aonde você estiver vai pensar em mim, pelo menos um segundo, e se eu estiver errada, me deixe acreditar nessa mentira, pois não sei o que faria se não pudesse mais te ver como o cara perfeito.

Não adianta, já fui umas três vezes no banheiro deter a cachoeira que nasceu nos meus olhos. E a maquiagem, esta borrada, e a culpa disso tudo é sua que fez florescer essa sentimentalista que vós fala, eu não era assim. A maquiagem era pra que? Pra ver se eu sei ser bonita, dissem que é preciso treinar pra isso, pois é, eu estou treinando e você me atrapalha sem nem se desculpar. Ok, eu te desculpo!

Pronto, eu preciso ir dormir, amanhã acordar de um sonho maravilhoso não será fácil, faz uns oito meses que tenho o mesmo sonho toda noite: sou feliz pra sempre. Por isso e por outras coisas eu te agradeço todos os dias, e se eu não lhe digo por palavras eu digo por gestos, você não é nada burro, percebe toda fez. Vou enxugar o lago que está inundando meu quarto.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Brick by boring brick

Nos últimos dias ouvi muito essa música, com certeza vai haver pessoas que nem se darão ao prazer de ler porque não gosta da banda ou coisas desse tipo. Pra ser sincera, eu bem que tentei colocar a música em prosa pra poder passar pra vocês numa forma descontraída mas confesso que desisti logo no primeiro paragrafo. Acho que não to com cabeça pra escrever. Então resolvi postar a música, do álbum brand new eyes, 2009, paramore. E como eu odeio ficar procurando a tradução das coisas, o mesmo se entra por último. Quando essa semana passar e o Sol sair aqui em São Paulo eu volto com meus bizarros pensamentos.


She lives in a fairy tale
Somewhere too far for us to find
Forgotten the taste and smell
Of the world that she's left behind
It's all about the exposure the lens I told her
The angles were all wrong now
She's ripping wings off of butterflies

With her feet on the ground
And her head in the clouds

Well go get your shovel
And we'll dig a deep hole
To bury the castle, bury the castle
Well go get your shovel
And we'll dig a deep hole
To bury the castle, bury the castle

Pa ra pa pa ra pa pa ra

So one day he found her crying
Coiled up on the dirty ground
Her prince finally came to save her
And the rest you can figure out
But it was a trick
And the clock struck 12
Well make sure to build your house brick by boring brick
Or the wolves gonna blow it down

With her feet on the ground
And her head in the clouds

Well go get your shovel
And we'll dig a deep hole
To bury the castle, bury the castle
Well go get your shovel
And we'll dig a deep hole
To bury the castle, bury the castle

Well you built up a world of magic
Because your real life is tragic
Yeah you built up a world of magic

If it's not real
You can't see it with your eyes
You can't feel it with your heart
And I won't believe it

Cause if it's true
You can see it with your eyes
Even in the dark
And that's where I want to be

Go get your shovel
We'll dig a deep hole
To bury the castle, bury the castle
Go get your shovel
And we'll dig a deep hole
To bury the castle, bury the castle

Pa ra pa pa ra pa pa ra
Pa ra pa pa pa ra pa pa...

Tradução: Tijolo por entediante tijolo

Ela vive num conto de fadas
Muito longe para nós encontrarmos
Esqueceu o gosto e o cheiro
Do mundo que ela deixou
Tudo se resume às lendas que eu lhe contei
Os ângulos estavam todos errados agora
Ela está tirando asas de borboletas

Com os pés no chão
E sua cabeça nas nuvens

Bem vá pegar sua pá
E vamos cavar um buraco fundo
Para enterrar o castelo, enterrar o castelo
Bem vá pegar sua pá
E vamos cavar um buraco fundo
Para enterrar o castelo, enterrar o castelo

Pa ra pa pa ra pa pa ra

Então um dia ele a encontrou chorando
Encolhida no chão sujo
Seu príncipe finalmente havia ido salvá-la
E o resto você pode imaginar
Mas era um truque
E o relógio soou 12 horas
Bem faça o favor de construir sua casa tijolo por tijolo
Ou os lobos vão derrubá-la

Com seus pés no chão
E sua cabeça nas nuvens

Bem vá pegar sua pá
E vamos cavar um buraco fundo
Para enterrar o castelo, enterrar o castelo
Bem vá pegar sua pá
E vamos cavar um buraco fundo
Para enterrar o castelo, enterrar o castelo

Bem você construiu um mundo mágico
Porque sua vida real é trágica
É, você construiu um mundo mágico

Se não é real
Você não pode ver com seus olhos
Você não pode sentir com seu coração
E não vou acreditar

Porque se é verdade
Você pode ver com seus olhos
Até na escuridão
E onde eu quero estar, yeah

Vá pegar sua pá
Vamos cavar um buraco fundo
Para enterrar o castelo, enterrar o castelo
Vá pegar sua pá
Vamos cavar um buraco fundo
Para enterrar o castelo, enterrar o castelo

Pa ra pa pa ra pa pa ra
Pa ra pa pa pa ra pa pa...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Viajante solitária

Quando não chove e quando a sua alma não consegue respirar, ela sai. Para onde?, você deve estar se perguntando, só com o tempo eu pude perceber.

Na primeira vez que a vi, ela era calma e sorridente, ria pro ar e pensava em algo bom, talvez uma lembrança alegre, por isso o sorriso tranquilo. Confesso que naquele momento eu não senti a necessidade de sua amizade. Ela me chamou a atenção, apenas isso.

Conforme o tempo passou, ela acabou fazendo parte da minha rotina e aquilo deixou de ser insignificante pra mim. Mesmo ela nunca me vendo, eu, de uma forma ou de outra, queria a amizade daquela estranha, que nem o nome eu sabia.

Descobri que ela não aparecia nos dias de chuva da pior maneira possível: quando choveu e nas ruas só aviam poças d'água. Nada de garota amigável. Felizmente, no outro dia, quando as gotas descasavam nas nuvens e o Sol gostava de brilhar, lá estava ela. Só que dessa vez, ela não trazia seu sorriso costumeiro e sim um rosto fechado, chegando a ser deprimente.

A partir dai, tornou-se parte da minha rotina observa-la e registrar suas emoções aparentes. E me divertia com aquilo, passando a anotar diariamente os adjetivos que faziam juízo as expressões das pessoas, eu não era mais exclusivamente da garota desconhecida. Apesar do tempo gasto do meu almoço, sei que aquilo era saudável pra mim, talvez até mais do que meu almoço propriamente dito.

A amizade da garota veio quando eu menos esperava. Nunca avia seguido ela pra saber até onde e porque percorria aquele trajeto, mas no dia em que a amizade dela por mim começou foi quando ela desistiu de ir ler no parque em frente a igreja.

Sentou-se ao meu lado, primeiramente pedindo licença, nesse momento eu fazia a anotação de um novo personagem da minha rotina: um vendedor de frutas, que só aparecia ás sextas. Quando pegou o livro e o abriu, consegui expulsar as primeiras palavras, e depois disso uma amizade estranha tinha nascido oficialmente.

Ela lia ao meu lado. E Eu registrava as expressões dos seres humanos os seu lado. Por inúmeras vezes não trocávamos nenhuma palavra. Num dos poucos dias em que conversávamos, ela me perguntou o que eu escrevia tanto, disse que tinha sido ela que me ensinará a observar e lhe dei as anotações sobre ela, com data e horário, e o último era sempre o mesmo. Vocês podem acreditar que eu não soube caracterizar o que ela me transmitiu? Imagino que, simplesmente, ficou surpresa, afinal, ela nunca me via, ali sentava, no mesmo lugar.

Tanto eu quanto ela tivemos coragem de dizer mais nada. Ela lia e eu anotava.

Isso se repetiu por muito tempo, até o momento que evolui de cargo e passei a almoçar na sede, mas sempre, no mesmo horário que olhava pela janela podia ver uma garota sentada, quieta, lendo. E sempre que me restava um tempo, registrava as faces alheias com cuidado e tentando ser o mais fiel possível a realidade.

sábado, 17 de julho de 2010

Uma despedida recente

Você acabou de deixar minha humilde residência, foi difícil de dizer tchau, inclusive, é a coisa que menos gosto no nosso relacionamento, que diga-se de passagem, é mais perfeito que romance de conto de fadas.

Meu irmão disse algo engraçadinho e minha mãe pergunto porque você já tinha ido emborra, pois é, você não conquistou apenas a mim e sim todos que aqui residem.

Costumamos brincar que um roubou o coração do outro, além de você não ter devolvido o meu eu não devolverei o seu, mesmo sabendo que poderia ser melhor pra você. Porque se eu não tiver o seu coração para cuidar, morreria sem ar!

Eu sei que amanhã, você estará aqui novamente, pois logo após o sábado vem o domingo, aleluia!Outra coisa que sei é que você me tratara extremamente bem, como sempre fez, que ira me abraçar quando meus olhos suplicarem e me beijar quando meu lábios pedirem, você sempre sabe.

Geralmente, eu não sei de muita coisa, mas hoje estou sabendo bastante; Sei que depois de amanhã, não vou lhe ver, pois será segunda e esse não é um dia agradável no meu calendário com você, pois segunda faz parte do calendário sem você, e isso não me deixa contente, pode acreditar.

Muitos e até você, podem estar se perguntando: impossível ela estar com saudades, ela acabou de vê-lo! Sim, eu te vi a poucos minutos atrás, mas saber que não vou poder acordar e ver/sentir/ouvir que você esta bem me frustra, acho que só quem ama pode me entender.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Nossas férias queridas *parte I*

Estamos em Junho, Julho, tempo de festas junina, quermeses e férias! Como elas são esperadas, todos contam os dias pra chegar, mal começa o ano e já ouve-se as famosas frase de desespero por ainda estar em Abril.

Quem não viaja, fica em casa, e quem fica em casa almoça no café da manhã. Acordar tarde é tipicamente de férias de inferno, mas tão tarde ao ponto de tomar café na hora do almoço é coisa de adolescente. Não adianta, no frio, ninguém quer tirar os dedinhos para fora das meias nem pra ir toma banho, quem dirá pra enfrentar as filas enormes dos lançamentos no cinema ou tomar sorvete no parque. Essas coisas a gente gosta de fazer nas férias de verão!

E como passamos o tempo? Se não é viajando em busca de lugares para aquecer seu coração de inverno, é dentro de casa, jogando jogos inúteis com os irmãos ou vendo filmes que já passaram quinze mil vezes na televisão. O que eu mais gosto das férias de inverno é que tenho mais de três desculpas pra passar o dia inteiro de pijama, e o melhor, minha mãe só vai dizer alguma coisa de noite, quando vou dormir com outro pijama.

O banho, outro grande problema no inverno. Ter a coragem de dizer: eu vou tomar banho, e ir realmente é admirada por mim. Mas com o vapor d'água saindo do chuveiro e você recebendo todo aquele "não frio", faz com que você passe horas no banho. Essa é o momento que você terá que ter mais coragem ainda para desligar todo aquele "não frio". E além de sua mãe falar muito no seu ouvido, a água que você derramou pode fazer falta num futuro próximo.

Seus amigos da escola não te fazem rir, e depois de uma semana você começa a sentir falta. Seus programas de fim de semana são em lugares fechados, e multidões te acompanha, parece que todo mundo resolveu ter a mesma ideia. Mas não é, as pessoas só querem se divertir sem o sabor do inverno.

Então, quando você menos percebe, você esta esperando o fim das férias. Só para poder passar frio coletivo na escola, rir das bobagens adolescentes e reclamar da prova de matemática. E pode acreditar, quando as aulas recomeçarem e uma semana passar, todos iram querer férias novamente, sorte que as próximas férias são de verão. Ebaaaaaa.

domingo, 11 de julho de 2010

Uma realidade em terceira pessoa

A garota ridículamente estranha buscava viver a vida, curtindo o que lhe aparecesse pela frente. Saindo com amigas e rindo de tudo que lhe parecia engraçado a primeira vista. Porem, ela não contava com um desvio no seu futuro perfeito, extremamente calculado, um simples imprevisto do destino.

Numa noite quente, num casamento atrasado, um garoto desconhecido, mas com algo muito atrativo aos olhos da garota, naquele momento, ela nunca imaginaria o que poderia transformar sua vida. Foi quando ele olhou em seus olhos e fez seu coração acelerar repentinamente, de um modo normal que poderia representar nervosismo em sorrir pra ele e timidez em nem saber seu nome. Mais tarde, ela percebeu que era mais do que ela vira na noite passada seu jeito incrível de fazer-la rir despertou um sentimento completamente distintos dos outros que já avia sentido.

Com conversas longas, recheadas de risos e cobertas com elogios eles seguiram, sem poder olhar um nos olhos do outro. O reencontro aconteceu, junto com o beijo calmo de algo que apenas estava para começar. Palavras pensadas, e colocadas com cuidado, as conversas eram seguidas de descobertas de um tempo passado e de algo para o futuro, mas claro, tudo com muita atenção, não poderia chocar nem um dos dois.

Ouve o pedido, a aceitação, as apresentações e a confiança adquirida. Tudo em clima de novidade, descobertas. E aquele cuidado com as palavras foi se perdendo, mas de um modo positivo, conversavam sobre tudo, de assuntos delicados com piadas embutidas até assuntos engraçados que levavam também suas piadas embutidas. Fazendo-a rir a todos os momentos, deixando-a feliz nas mais simples palavras com uma felicidade que só ele conseguia transmitir para ela.

Esse sentimento, de companheirismo, atenção, carinho, cuidado, preocupação, amor, delicadeza, surpresa, emoção e agradecimento prosseguiu por sete meses, que passaram como um raio cortando as noites de tempestade fazendo com que o céu escuro, clareasse por alguns instantes.

Hoje a garota só quer que isso seja eterno e que esse sentimento que eles, juntos, buscam o significado único e completo continue crescendo a cada dia mais dentro da pessoa que os dois se tornaram, com emoções e sensações que eles descobriram. Juntos.

Feliz sete meses oficial namorado! Eu te amo demais para poder lhe explicar.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A falta que você me faz

Calma, eu não sou obsessiva por ninguém e muito menos igual aquelas pessoas que não deixam os outros se aproximarem dos seus entes queridos. Sou apenas uma garota que sente saudades de quem ama. Não é fácil viver a sua vida inteira com alguém que te trata bem, apesar das discussões, que tenta sempre te agradar, que está sempre do seu lado, nos dias de Sol e naqueles que a neblina insiste em ser consistente.

Só agora pude perceber a importância que você tem na minha vida, nunca deixei de lhe amar. Mas antes, você estava sempre aqui. Quando senti falta das suas palavras suaves pelo ar que entram pelos meus ouvidos é que percebi a sua devida importância na minha vida sedentária.

Dizem que você também sente minha falta, talvez sim, afinal você sempre me amou. E disso eu nunca duvidei e nem duvidarei. Espero que você não demore, descobri, de uns dias para cá, que sem você eu não consigo tomar nenhuma decisão com certeza absoluta. Pois é, parece que você ainda me tem debaixo da sua asa. Não se orgulhe disso, porque eu não me orgulho!

Quem sabe não foi uma má ideia ficar sem sua presença. Acho que amadureci o bastante para alguém tão dependente como eu, espero que você não deseje o meu amadurecimento precoce e queria me deixar assim, só. Prometo-lhe que você sempre terá seu espaço, muito especial por sinal, em meu coração.

Eu amo você e sinto sua falta!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O que eu não quero escrever

Para alguém que pensa tanto igual a mim, ver que na realidade não pensa em nada é muito frustrante. Ultimamente tem sido assim, tantas coisas passando e quase nenhuma se fixando. Ou então seja medo de escrever o que não me convém, receio de que outros lêem, de que não fique como esperava, mas afinal, quem não arisca nunca alcança -deve ser algo do tipo.
Como pode? tantas palavras, frases e canções, mas nenhuma com significado pra mim? Tive medo de mim mesma, quando pensei que não seria capaz de reproduzir nada, nem uma frase que se valorizasse; Outra vez que tive medo de mim mesma, foi quando eu pensei em escrever sobre algo totalmente contrario aos meus padrões, mas acho que só não escrevi porque não queria que ninguém soubesse que isso um dia passou pelo meus pensamentos nada normais.
Com certeza foi por isso que as outras palavras voaram da minha mente, eu ficava concentrada naquela, que prefiro não citar para minha própria auto-estima. Não encontrei uma maneira de dizer o que queria, sem medo do que pensariam de mim ou do que eu mesma penso de mim. Sabe de uma coisa? não deveria me julgar tanto assim, e nem você, caro leitor, deveria me julgar, talvez assim eu posso escrever com mais coragem. Mas. E mais uma vez as palavras somem. E mais outra vez eu insisto em escreve-las. Acho que nem sei escreve-las mais, melhor deixar o silencio falar por mim.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Noites com brisas

Estava frio, mas quando eu estou com ele não há nada contra nós. O vento me tocava e isso me fazia sorrir, em seguida ele me tocava, porém, ao contrario do vento isso fazia eu me sentir a garota mais amada desse e de outros mundos.

O que eu mais queria naquele momento, com aquelas luzes, com aquelas estrelas, aquela brisa leve, aquele sabor de paixão no ar, era que fosse só ele e eu. Nada mais me importava, pois eu estava mais do que bem acompanhada, estava com quem eu amo. Se o mundo acabasse ali eu saberia o que é ser feliz.

Foi quando a brisa trouxe até nós um aroma de damas-da-noite tão suave quanto as pequenas estrelas reluzentes no céu. Ele me abraçava com carinho, me senti amada e desejada, qual a mulher que não gosta de se sentir assim? Aquilo era verdadeiro, e se não fosse nada no mundo seria.

O cheiro das florzinhas da noite se misturava com o doce sabor daquele beijo, a lua nós observava com atenção, talvez com um ponta de ciúmes. Foi quando as palavras mais lindas entraram no meu ouvido e como um relâmpago cortaram meu coração tornando-o tão mole, que pensei que poderia toca-lo. O mais importante era a sinceridade, que existia entre nós, o "eu amo você" talvez fosse mais suave que o brilho das estrelas.

E como eu amei aquilo, são nessas noites com brisas que descobrimos que amar a si mesmo, os outros e ser amada nós torna cada dia mais felizes.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O começo, mais uma vez

Tudo tem fim, isso é algo que todos estão acostumados a ouvir ou ler. E quando as coisas acabam o natural é começar outra no lugar, um ciclo.
Faz um bom tempo que eu não escrevo, na verdade, continuo tento ideias e a famosa inspiração. Só que sei lá, a preguiça talvez seja maior. Prometo pra mim mesma em escrever e postar aqui, só que sempre acontece algo ou então eu mesma crio algo. Minhas mãe, meu pai, meus amigos, meu namorado, todos me incentivam, só que simplesmente não posto.
Tenho um caderno, como se fosse um diário, mas com anotações de provas, letras de musicas, recadinhos e lembretes, isso parece mais uma agenda. Enfim, eu sempre dou um pulo lá quando to precisando me expressar. Não vou prometer que vou digitar e colocar aqui, porque tenho certeza que não irei cumprir.
Ando pensando muito em profissão e o que ser quando crescer, também estou tentando me acostumar com o ensino médio e outra novidade na minha vida: o Yuri! É, ele fez eu descobrir várias coisas novas. Ta vendo como é difícil administrar essa nova vida. Tudo bem, agora eu fui dramática.
As ferias estão chegando e quem sabe eu tenha mais "tempo" para aparecer por aqui. Não é o fim do "pensamentos quase normais", apenas um novo começo!

Pesquisar este blog