terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O espelho que queria amar (parte I)

Nunca tinha visto olhos tão marcados quanto os dela, te seguiam e, ao mesmo tempo, fugiam. Seu nome eu não podia saber, já que, para mim, só era permitido admira-la, mesmo que secretamente. Aquele corpo com duas ou três imperfeições faceis de disfarçar.

Era simpaticamente linda, seu sorriso de menina moça, seu corpo de pequena mulher e um rosto que eu, particulamente, não deixaria nunca de olhar. Sorria por educação a todos, agradecia os elogios ficando levemente corada nas bochechas e fazia o que sabia fazer de melhor: ser bela.

Varios queriam te-la em seus braços, mas nenhum estava a altura dela e talvez ninguém estaria. Acredito eu, que muitos sonhavam com ela, porém ela não merecia nenhum.

Uma coisa que ninguém buscava ver, era sua alma, mesmo tendo a alma pura e intocada, nunca alguém foi capaz de descobrir sua alma, isso a frustava, mais do que qualquer coisa.

Bela, pura, o que mais queria? Talvez a verdadeira admiração, não por sua beleza, por sua boa familia ou sua pureza. Mas os livros que lia, os assunto que sabia conversar, seus pensamentos mais profundos e seus sonhos de infância. As músicas que ouvia, as criticas que tinha, sua opnião sobre a economia. Não me lembro se alguém perguntou se ela estava bem sem mencionar o novo corte de cabelo ou o vestido que favorecia seu corpo e escondia suas pequenas imperfeições.

Seus cabelos eram lindos soltos, lisos e ao mesmo tempo cacheados, castanhos, loiros ou pretos, era elogiada de qualquer jeito. Numa manhã, acordou inspirada e cortou tudo, deixando rente a cabeça e da cor original. E foi elogiada pela ousadia.

O vestido mais lindo que vestia, era cor de rubi lapidado e seus sapatos pretos de sola vermelha combinavam perfeitamente. Mas nas sextas-feira sempre tinha ensonia e em uma resolveu cortar todos os vestido, principalmente o rubi. Os sapatos pretos de sola vermelha quebrou o salto, alias, todos os sapatos estavam sem salto. Mesmo usando trapos e de pés descalços continuava linda, só que ninguém mais a reconhecia.

Alguns a procuravam em seu apartamento e iam embora magoados, ela não era mais tão bela quanto antes, mas para mim não, ela continuava linda, com os cabelos curtos, roupas largas e seus lindos pés no chão. O mais interesante é que ainda a procuravam para matrimonio, mesmo sem conhecer sua alma, eles a queriam, pois o que foi lindo um dia pode voltar a ser como era antes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar este blog