sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Supermercado

Saia de casa, do aconchego do sofá, descia pelas escadas, o elevador tinha quebrado pela terceira vez na semana. Só precisava de dez itens no Maximo, por isso já planejara pegar o caixa rápido. Chegando à garagem do condomínio, caminhou pela beira do toldo, com pressa. Estava garoando. Abriu-a com ligeira força, coitada, estava gasta, mas não tinha tempo de pensar em coisas supérfluas, necessitava urgente sair de casa, no primeiro dia de inverno, para atender ao chamado do estomago.

Ligou-o e com o pé constantemente no acelerador, seguiu. Cumprimentou o porteiro com simpatia, que abriu o portão com o mesmo tratamento. Chegou ao estabelecimento, estava lotado, já pensou na fila que enfrentaria, com crianças chorando de tédio e pais desesperados, não vendo a hora de chegar em casa e assistir ao Faustão. Mesmo assim era necessário enfrentar o super mercado de domingo á tarde.

Rodou o estacionamento inteiro duas vezes. Desistiu de começar a terceira busca ao lugar de um misero carro. Estacionou o mais afastado possível da entrada principal. Caminhou até o portão central, estava pior do que em seus pensamentos, desfiou uma vez, duas, três, quatro vezes de carinhos e pessoas inquietas, sem contar o senhor lento que ultrapassou.

Foi em busca de seus caçados, passou dois corredores e entrou num super lotado. La estava sua pressa, ali parada, chamando-o, como se desejasse ser comprada. Foi em busca do seu item que cobiçava, apanho-o. Colocou entre os braços, com força e buscou um complemento para o primeiro alimento. O encontrou num corredor onde estava uma senhora rechonchuda e de fala alta. Pediu licença num tom baixo, comparado com o da distinta senhora, mas não obteve resposta nem ação. Aumentou a voz e não obteve resposta. Pensou em ultrapassá-la, mais definitivamente não seria bem sucedido. Cotou-a. Nada. Deu a volta, foi pelo caminho mais complicado, era sua única saída. Quando chegou ao fim do corredor, a senhora tinha desaparecido, ficou frustrado, mas logo voltou no seu foco, o segundo item. Não teve grandes dificuldades para apanhá-lo.

Teve, então, a sensação de que aquilo tudo não ficaria ideal sem algo mais, uma bebida, por exemplo, hesitou. Voltou à ação, recorreu às bebidas, escolheu uma de laranja diet. Queria manter a forma física, bela forma.

Agora seria a etapa final. E seria longa. Certeza enfrentaria fila, crianças, e a moça do caixa. O caixa rápido estava enormemente gigante, mais era a melhor opção, afinal, pra que entrar numa fila grande sendo que estava com poucas compras? Seguiu sua ideai principal. Lá estava ela, grande, populosa, entediante, e obrigatória.

Teve a honra de chegar ao caixa numero cinco, com os produtos escolhidos, cansado, sem lição de vida alguma. Depositou os alimentos na esteira, esperou ansiosamente a totalização da contagem dos valores, abriu a carteira e tirou-o de dentro dela, deu a mocinha que estava no comando do aparelho. Então a pequena maquina solicita a senha, pensa, digita, negado, novamente digita, é a senha esta incorreta. A moça, com olhar critico, analisa o cliente de cima a baixo, talvez em busca de outra forma de pagamento ou até com desprezo. Decidido, paga com dinheiro, leva seus itens, pagos, até o carro.

Caminha. Já esta tão cansado e com fome, que nem percebe as pessoas e os outros carros. Abriu-a com ligeira força, coitada, estava gasta, mas não tinha tempo de pensar em coisas supérfluas, necessitava urgente voltar para casa.Chegou, subiu pelo elevador – estava pronto para uso – apertou o botão do seu andar, o estomago parecia pedir alimento mais alto, a velocidade não esta coincidindo, do elevador com o pedido interno. Já estavam, em mãos, as chaves selecionadas e prontas para ser encaixada na fechadura. Isso se fez. Correu para a cozinha, preparou o lanche, e o devorou rapidamente, assistindo o Fausto Silva na Globo.

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